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Especial de Natal: Com atraso, com afeto

Especial de Natal: Com atraso, com afeto

COM ATRASO, COM AFETO

Escrevi uma cartinha para chegar em mãos do Papai Noel no dia de Natal, mas os Correios erraram a rota e entregaram no Polo Norte e não na Lapônia, região da Finlândia, onde ele mora efetivamente. Acho que foi a velha disputa pelo ilustre morador que causou a confusão. Acabei recebendo minha cartinha de volta, escrito no envelope: destinatário não encontrado.

Mas, como sou brasileira e não desisto nunca, reenvio agora mesmo passado o dia dele e a comemoração do nascimento Dele! Como imagino que Noel seja um homem muito ocupado achei melhor fazer uma retrospectiva do que aconteceu no mundo do Cinema e suas variantes em 2020 para que ele entenda meu pedido. Divido com vocês, minha mensagem:

“Não sei se o senhor acompanhou o que aconteceu com os cinemas desde o início da pandemia. Milhares de salas foram fechadas no mundo inteiro para evitar aglomerações e o conseqüente contágio da Peste. Vimos fotos desanimadoras da Malásia onde a umidade encheu de mofo as poltronas e as paredes das salas de cinema após poucos meses de fechamento. Foi uma imagem emblemática do que estaria se passando em outros locais que são verdadeiros templos para nós, cinéfilos.

Por sorte, os serviços de streaming ocuparam espaço e investiram alto em boas produções. Conseguimos assistir em casa a O Irlandês, de Martin Scorsese, com Robert DeNiro, Al Pacino e até Joe Pesci, que saiu da aposentadoria a convite do diretor. Outra bela surpresa foi Mank, de David Fincher,  que pode dar o Oscar de Melhor Ator a Gary Oldman no papel do roteirista do mega cult Cidadão Kane. As séries também cumpriram seu papel de nos entreter com boas tramas. Posso citar as novas temporadas de Peaky Blinders, Maravilhosa Mrs.Masel e Succession.

Outra medida paliativa foi a volta do drive-in, uma novidade para as novas gerações que correram para testar o sistema de ver filmes de dentro do carro e uma volta ao passado para os mais velhos que chegaram a freqüentá-los, principalmente nos verões praianos.

Na linha de “ há males que vem pra bem”, a impossibilidade de realizar festivais presencialmente, deu aos mortais comuns a possibilidade de ver online a melhor produção de vários países  como os franceses do Festival de Cinema Varilux, a Festa do Cinema Italiano, o Festival de Cinema de Gramado e a Mostra de São Paulo.

Outro contentamento, principalmente para mim, tiete declarada dele, foi Pedro Almodóvar  filmar  em plena pandemia um curta-metragem com a carismática Tilda Swinton. Para sua estreia em língua inglesa, Almodóvar escolheu adaptar A voz humana, inspirado na peça do poeta francês Jean Cocteau.  Almodóvar esteve com Tilda no Festival de Veneza e encantou a todos com sua “pequena” obra de 30 minutos. Só de ver o trailer (abaixo) fiquei “chapada”! Uau!

Sem mais delongas, Noelzinho  -posso chamá-lo assim ? – o presente  que peço neste natal é assistir A voz humana na tela grande, ao lado de amigos e desconhecidos. Isso significará que estamos livres da Peste e já podemos estar perto uns dos outros, sem riscos, para voltar a curtir a magia que só a sala escura é capaz de produzir.

Aguardo ansiosa.

p.s.: Espero que o senhor atenda meu pedido, mesmo tendo chegado com atraso.A culpa não foi minha. Cuide-se e não esqueça de usar máscara. “

Brígida De Poli

Florianópolis, SC, Brasil

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CORES DE ALMODÓVAR

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PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FILMES NATALINOS…

Para quem gosta do tema, a Netflix programou dezenas de filmes de Natal. Mas, continuo apostando na minha listinha tradicional, desfazendo a injustiça de não ter incluído “Esqueceram de Mim” que ao completar 30 anos já pode fazer par hoje com “A felicidade não se compra (1946)” como marca de Natal.

Cine & Séries informa: nem todo filme de Natal é chato. (veja Edição de Natal/2017)

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Feliz Natal, queridos cinesériefilos, e parabéns ao aniversariante!

(*) Fotos reprodução/divulgação

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