Portal Making Of

Instagram é a rede social mais tóxica?

Instagram é a rede social mais tóxica?
Reprodução

Muito provavelmente você já acreditou naquele ditado que diz que a grama do vizinho é sempre mais verde, não é mesmo? A impressão de que a vida do próximo parece ser perfeita, maravilhosa, sem nenhum problema tornou-se cada dia mais real, ainda mais em tempos de exposição massiva em redes sociais. Mas será que existe essa vida perfeita? Segundo Kélida Marques, psicanalista, isso ocorre por conta da estética imposta pela rede social, onde se cria uma ilusão de que o outro tem uma vida incrível e que você precisa ter uma vida igual e é exatamente aí que mora o problema.

Segundo uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), 41% dos jovens dizem se sentir tristes, depressivos e até ansiosos em contato com as redes sociais, isso acende um grande sinal de alerta. Além do aumento de quadros de ansiedade e depressão, outros dados apontam que 32% das mulheres sentem-se mal com a imagem corporal depois de usar o Instagram. 

A psicanalista revela que o efeito é imediato. “Ao observar uma foto, você tem muitos sinais explícitos e implícitos de como o outro é feliz, rico e bem-sucedido. A imagem tem esse poder de provocar uma comparação social de forma imediata, o que pode desencadear uma sensação de inferioridade. Isso faz com que o outro procure por uma busca frenética em transmitir uma imagem de perfeição (irreal) em todos os momentos”, explica a psicanalista.

Segundo Kélida essa distorção e distanciamento da realidade ocasionado pelo mundo virtual é o mais prejudicial para essa geração. “Em um mundo onde as pessoas selecionam apenas os melhores momentos para exibir, é comum que o outro passe a enxergar a sua vida como desinteressante. E em alguns casos, o usuário pode se achar na obrigação de buscar histórias mais interessantes do que a sua própria realidade e essa busca pode gerar uma grande frustação e até depressão. Por exemplo, se você vê uma foto linda de um determinado amigo no Instagram, de alguma forma você irá querer compensar isso com fotos melhores, e assim temos um ciclo vicioso”, explica

Tudo isso revela que estamos vivendo tempos difíceis e preocupantes, mas isso não impõe que o indivíduo exclua suas redes sociais e viva de forma restrita. O ideal é fazer o uso delas de maneira consciente. “Existem vários aplicativos que contam o tempo em que você fica nas redes sociais, você pode programar um alerta para saber quanto tempo ficou e assim reduzir a exposição e claro, não esquecer que cada um mostra apenas aquilo que quer” – conclui a psicanalista, Kélida Marques.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Notícias que não alegram

A gente quer ser otimista, mas há muitas conspirações contra. Se ligar no noticiário da TV, então, fica muito complicado. Surge a cobertura da guerra

O jornalista e o sorvete

É uma situação inusitada, que causa repercussão negativa na rede social: por que um jornalista em ascensão profissional elogia uma “sorveteria que reabre de cara

Horror ao vivo

Se ainda precisasse de uma justificativa para acompanharmos os canais internacionais de notícias teríamos várias nesse momento. A guerra Israel/Hamas está sendo mostrada ao vivo

Vaza áudio da Globo

Um ensinamento nos bastidores de rádio e tv é jamais falar algo indesejável ao microfone, mesmo que esteja fora do ar. Sempre tem alguém ouvindo.

A tragédia de cada dia

Para quem costuma se atualizar com os fatos do momento, os últimos dias foram terríveis, com tragédias de grandes dimensões. Ao mesmo tempo, perdia-se o

Um passo adiante, dois passos atrás

É um momento bastante estranho para quem gosta de acompanhar as notícias pela TV a cabo. Esquecendo a gentileza, a mediocridade está no ar. A

De olho no debate

Quando um conteúdo de rádio ou tv está há muito tempo no ar e depende do desempenho de um grupo de pessoas, com certeza precisará