A tradição surgiu na Itália. Na idade média, em função da peste bubônica, comerciantes fecharam suas tabernas e passaram a vender vinho por pequenas janelas, sem contato direto com os clientes.
A peste se foi, as janelinhas perderam um pouco a utilidade, mas os Buchette Del Vino (Buracos de Vinho), continuaram lá.
A maioria passou a ter outra utilidade, como caixa de correio ou interfone. Mas muitos acabaram reativados na pandemia de Covid-19.
O distanciamento social chegou ao fim mais uma vez, e os Buchettes caíram no gosto popular. Seguem atraindo consumidores, inspirando livro, reportagens e exposições, a criação de uma associação de janelinhas e, principalmente, encantando turistas.

O mais famoso Buchette é o Babae, em Florença (foto). Mas há janelas desse tipo em cidades como Milão e Roma. Servindo vinho, como é tradição, mas também surpreendendo o público com drinks e sorvetes.
Essas charmosas escotilhas podem ser encontradas também fora da Itáia, em cidades como Buenos Aires, Vancouver e Los Angeles. E, desde o fim do ano passado, em São Paulo. A primeira Buchette brasileira que se tem notícia foi inaugurada no bairro do Bixiga e funciona às sextas e sábados, das 16 às 20h. Além de servir taças de vinho pela janela, é possível adentrar ao prédio histórico, comer um pedaço e bolo e tomar um café.
Se interessou? A experiência está disponível no Airbnb, pelo link acima.
Test Drive

Coluna aproveitou uma pausa pra lá de prolongada para estudar sobre o mercado de alcoholic beverages e testar alguns produtos que estão provocando burburinho no mercado nacional.
Um deles é um RDT (drink pronto para beber) que fez muito sucesso no Carnaval: o Xeque Mate.
Produzida em Minas Gerais a bebida tem o rum como base, mas apresenta um mix de sabores bem brasileiros – guaraná, erva-mate e limão.
O drink é fantástico. Refrescante, efervescente, com notas herbáceas e álcool muito discreto. Lembra muito um refrigerante com pouco açúcar. O teor alcoólico é de 7,9% – quase o dobro de uma cerveja Pilsen – mas quem gosta de uma bebida mais estruturada pode acrescentar meia dose de rum ou bourbon.

A dica é servir em um copo com uma fatia de limão e muito gelo. O produto pode ser encontrado no Mercado Livre e a latinha de 355 ml custa entre R$ 8,90 e R$ 9,90.
Na opinião da coluna, um RDT nota 10, capaz de agradar um público bem diversificado.
Toque oriental

Johnnie Walker lançou no fim de ano uma série exclusiva e limitada do Blue Label. O Elusive Umami custa entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil e é uma criação conjunta do chef Kobayashi, do restaurante Kei, de Paris, e da master blender Emma Walker.
Segundo o material de divulgação, o whisky tem um toque oriental e une “sabores salgados e adocicados, com notas de laranja sanguínea, frutas vermelhas, especiarias doces de madeira, carne defumada, sal e pimenta, culminando em um final doce de frutas.” Uma descrição no mínimo instigante.
Se a moda pega…

A Áustria, conhecida como grande consumidora de cerveja, criou um partido político etílico. O Bier Partei (Partido da Cerveja) tem chamado atenção e conquistado espaço no cenário eleitoral nos últimos cinco anos.
O principal cabo eleitoral é um humorista, formado em medicina e vocalista de uma banda punk chamada Turbobier. Dominik Wlazni, conhecido popularmente como Marco Pogo ficou em 3º lugar na eleição presidencial de 2022, com 8% dos votos.
As ideias do partido tem atraído cada vez mais simpatizantes e – se tudo der certo – deve levar o Bier Partei a disputar as eleições parlamentares deste ano.
Bem na foto

O Tan Tan é – mais uma vez – o único bar brasileiro a figurar na lista do The World´s 50 Best Bars. Subiu 25 posições em relação a 2021 e aparece agora no 62º lugar.
Inaugurado em 2015, fica no bairro de Pinheiros, em São Paulo e funciona de terça à domingo, somente à noite. No cardápio, pratos japoneses com influência chinesa e uma carta de drinks autorais