Portal Making Of

Mais um ano, menos um ano

Mais um ano, menos um ano

Mais um ano, menos um ano

                                             Esse estranho que mora no espelho (e é tão mais velho do

                                  que eu) olha-se de um jeito de quem procura adivinhar quem sou. (M.Q.)

 

O primeiro dia do ano costuma trazer ressaca, fofocas da festa da virada e, para os mais otimistas, esperança em dias melhores. Outros encontrarão a pia cheia de louça para lavar e sobras da ceia para o almoço. Aos mais velhos, lembra também que já gastamos mais um ano da cota que nos resta. Não faço disso um drama, apenas uma constatação.

Esta marca da passagem do tempo é uma invenção humana. Guiamo-nos pelo calendário gregoriano, de 1582, que mede o ano em trezentos e sessenta e cinco ou trezentos e sessenta e seis dias, dependendo se é bissexto ou não. O calendário cristão foi aprimorado, mas não é perfeito. Até 4909, ele estará um dia adiantado. Mas, o que nos importa isso, se até lá já seremos poeira cósmica, não é mesmo? Os sobreviventes que resolvam o problema.

Astronomia à parte, temos outros indicativos do tempo passando. Cada mancha na pele, cada articulação doendo, os cabelos rareando ou embranquecendo, nos recordam disso. Não chegamos a perceber bem o processo. Um dia, a gente se olha no espelho, e …peço ajuda a Mário Quintana para explicar melhor.

Por acaso, surpreendo-me no espelho:

Quem é esse que me olha e é tão mais velho que eu? (…)

Parece meu velho pai – que já morreu! (…)

Nosso olhar duro interroga:

“O que fizeste de mim?” Eu pai? Tu é que me invadiste.

Lentamente, ruga a ruga… Que importa!

Eu sou ainda aquele mesmo menino teimoso de sempre (…).” (Espelho)

Só notamos a mudança de etapa quando ela chega. Não passamos a vida pensando em envelhecer, até porque achamos que isso nunca irá acontecer conosco. Forever young...

Mas é 2022, e já aconteceu.

____________________________________________________________

MICROCONTO DE DOMINGO

Desafio proposto pelo professor e escritor Robertson Frizero ao grupo do @literaturaminima: miniconto em cinquenta palavras com o tema “Quando descobri a palavra mãe” (maio/2021).

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Meus dois Franciscos             

Meus dois Franciscos              Diante de acontecimentos recentes, do noticiário que nos mostra a barbárie cotidiana, das demonstrações de falta de empatia com o sofrimento alheio,

A vez dos curtas catarinenses no FAM

Ontem, domingo (25), foi dia do júri formado por jornalistas reunir-se para assistir os concorrentes a Melhor Curta-metragem Catarinense no FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul.

Política se discute?

Política se discute? Com a proximidade da eleição a gente foi ficando cada vez mais monotemático, só conversando sobre política. Então, a coluna vai falar

Demos Kratos

Demos Kratos Este texto foi escrito e publicado na coluna “Cine & Séries” em novembro de 2018, às vésperas da eleição presidencial no Brasil. Relendo-o

A lição de Roseli

A lição de Roseli Por um desses acasos da vida, logo após a publicação da crônica do domingo passado (leia aqui) – onde comento a

A felicidade das pequenas coisas

A felicidade das pequenas coisas Drama e suspense são meus gêneros favoritos. Vejo também muitos filmes que envolvem geografia política e séries investigativas sobre crimes.

Ah, esse insensato mundo

Ah, esse insensato mundo Tenho certo fascínio pelo mundo da moda. Gosto de ver realities, onde os competidores são desafiados a usar materiais chamados de

O primeiro conto

O primeiro conto Encontrei no meio de uma papelada um jornalzinho dos tempos de colégio, onde publiquei meu primeiro conto. É interessante ver como escrevia