Na manhã de segunda-feira, 30, o deputado estadual Mauro de Nadal (MDB) já tinha a certeza de que seria o presidente da Assembleia Legislativa a partir de 1º de fevereiro.
O próprio presidente interino do MDB catarinense, deputado federal Carlos Chiodini, que estava em Brasília para iniciar seu segundo mandato, já tinha dito a pessoas próximas que Nadal havia conseguido os votos para vencer a disputa.
Com isso, Mauro de Nadal passou o dia conversando com os deputados da sua base de apoio para determinar o que cada bancada iria receber dentro da Assembleia.
Sete deputados estaduais da base de apoio que vão garantir a vitória do emedebista se reuniram com ele no seu gabinete para fazer a distribuição dos espaços a serem ocupados.
Estavam nessa reunião os deputados Júlio Garcia e Napoleão Bernardes, do PSD, Vicente Caropreso e Marcos Vieira, do PSDB, e Sérgio Guimarães e mais um deputado, ambos do União Brasil.
Ali praticamente ficou acertado que Júlio Garcia ficará com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, uma das mais importantes do legislativo catarinense, pois é ali que se decide se o projeto segue ou não para apreciação.
Mais tarde, Mauro de Nadal também se reuniu com parte da bancada do PL, partido do governador Jorginho Mello, e também acertou o apoio do partido para a sua candidatura, sepultando o desejo de Zé Milton Scheffer de ser o presidente.
O entrave no PL era que o nome da deputada Ana Caroline Campagnolo não estava sendo bem aceito pelos próprios colegas de bancada, mas ela não abriu mão da vice-presidência em troca dos votos em favor de Nadal.
Com isso, ficou também definido que Campagnolo será a vice-presidente na Mesa Diretora e que na manhã desta terça-feira, 31, a bancada do PL vai se encontrar na Alesc para fazer os últimos ajustes e confirmar o nome de Nadal como o nome de consenso dentro da Assembleia.
Esse era o desfecho desejado pelo governador do Estado, mas ele não queria se envolver diretamente porque entende que a Assembleia é que deve resolver as suas pendências.
Na semana passada Zé Milton até comentava nos corredores da Alesc que tinha os 23 votos necessários para vencer a disputa, mas quando era perguntado quem seriam, ele desconversava e dizia que bastava Jorginho dar alguns telefonemas que os votos vinham.
Essa também era a conta do deputado Ivan Naatz (PL), que disse na entrevista dada na Jovem Pan News Floripa que Mauro e Zé Milton ocilavam entre 18 e 19 deputados e que havia de cinco a seis indecisos.
Tudo não passava de blefe, pois Mauro já tinha 26 votos garantidos e Zé Milton só tinha os 11 do PL e os 3 do PP. Outra dúvida que paira no ar é se Naatz será o líder do governo na Assembleia.
A condução das negociações para garantir a governabilidade e a presidência da Alesc não foram satisfatórias, pois os Twitters postados por Naatz mais atrapalharam do que ajudaram as negociações.
O anúncio do apoio a Zé Milton foi a pá de cal para que o MDB e Júlio Garcia isolassem o PL numa demonstração de controle da casa e força política. A partir daí, Jorginho Mello teve que entrar no jogo e acalmar os ânimos, tanto que ele garantiu secretarias no seu governo para o MDB, PP e PSD.
Enfim, tudo será confirmado na quarta-feira, 1, e a Assembleia Legislativa começa a azeitar as engrenagens para ajudar Jorginho Mello a colocar em prática as suas propostas de campanha.