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Mudanças

Mudanças

Mudanças

 

                            Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

                                                Muda-se o ser, muda-se a confiança;

                                                Todo o mundo é composto de mudança,

                                                Tomando sempre novas qualidades.

                                                                               Luís de Camões

Filosofava com um velho amigo sobre o passado, quando fomos percebendo as mudanças que sofremos desde que nos conhecemos. Nada mais natural. Até podemos achar que continuamos os mesmos, mas é impossível a experiência de vida, as dores, os percalços não nos transformarem.

Fazendo uma retrospectiva, podemos começar pelo paladar. Quando criança eu não gostava de pimenta. Hoje, aprecio a comida picante. Só bebia chá, até aprender a gostar de café, já bem mais velha. Hoje, não começo o dia sem uma xícara da bebida. E ainda assim mudei no meio do caminho de preto para misturado com leite.

Essas são apenas pequenas coisas do cotidiano. Passamos por transformações maiores, fundamentais, na maneira de olhar o mundo. No meu caso, mudar de uma grande capital para outra menor, fez toda diferença. Vinha de um lugar que admira  as próprias tradições, o nível cultural, a elegância e a inteligência dos conterrâneos. Tudo fora disso era visto com certo desdém.

Aos poucos fui abandonando os preconceitos e descobrindo, na nova cidade, a delícia de ser chamada de “quirida” na padaria ou qualquer outro lugar. Já estava acostumada com esse jeito afetuoso e informal, com as conversas com estranhos, quando voltei de visita à terra natal. Ao comentar o preço do morango  com outro cliente no supermercado, fui olhada de cima abaixo com ar de “quem és tu para puxar conversa comigo?”. Entendi que eu já não era mais a mesma que saíra dali anos antes.

Afastada das minhas origens há décadas, continuo admirando a cultura, o conhecimento e a elegância das pessoas, mas – acima de tudo – aprecio a gentileza, a empatia e o jeito afável no trato com os outros. Não troco a humanidade que há nisso por nenhum diploma PhD.

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MICROCONTO DE DOMINGO

Um dos desafios do @literaturaminima vai virar livro em 2022, sob mentoria do professor e escritor Robertson Frizero.  O tema é Grandes Mulheres. Escrevi alguns minicontos, em cinqüenta palavras, homenageando algumas mulheres admiráveis. Uma delas foi Maria Callas.

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Vamos falar de Cinema?

Voltei, queridos leitores! Espero que tenham sentido a minha falta como senti a de vocês.

Hollywood manda notícias!

Cleide Klock é jornalista, formada pela UFSC-Universidade Federal de Santa Catarina e mora nos Estados Unidos desde 2009, onde é correspondente internacional.

Cine&Séries entrevista – III

Robertson Frizero é escritor, tradutor, dramaturgo, criador do Clube de Criação Literária e do coletivo Literatura Mínima.