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Seu destino num clic

Seu destino num clic

Estou assistindo uma série catalã sobre o primeiro encontro de pessoas que se conheceram pela internet. Antes os futuros casais se conheciam no trabalho ou em alguma festa de amigos em comum. Depois vieram os barzinhos e nos anos seguintes a academia de ginástica tornou-se um lugar de “azaração”. De olho na tendência, a indústria da moda começou a criar roupas de ginásticas mais sexys. Não conheço ninguém que tenha se casado com seu colega de esteira ou de halteres, mas deve existir.

Tenho uma amiga que, na solteirice, a gente incentivava a sair mais de casa para encontrar seu par. Ela respondia que se fosse para acontecer, o pretendente bateria na sua porta. Ríamos muito da crença dela no destino. Um belo dia, um homem bateu na casa de praia da minha amiga, procurando um endereço próximo. Sim, é isso mesmo, eles acabaram namorando e casando.

Pegadinhas do destino à parte, com a chegada da internet surgiram as salas de bate-papo. Divididas por temas de interesse, elas acabaram se tornando uma ponte entre pessoas para troca de ideias ou em busca de companhia. Os novos aplicativos, como Tinder e Happn, são uma versão aprimorada do velho chat. Agora, é possível escolher o perfil nos detalhes como num catálogo, com ajuda dos algoritmos na seleção. Seu destino num clic do smartphone. Opa, vou vender este slogan!

Voltando à “Citas/Cites”, a série catalã, a cada episódio eles mostram uma situação: os que mentem sobre seus atributos físicos ou profissão, os que querem se manter anônimos para ter apenas um encontro fortuito, a moça gorda insegura que “não entra para clube que a aceitam como sócia”, a jovenzinha que tem uma experiência com alguém do mesmo sexo, o garanhão cheio de truques para conquistar a “presa”. São histórias leves, às vezes com situações dramáticas, mas é interessante observar que aquilo poderia se passar em qualquer lugar do mundo, não apenas em Barcelona.

Quanta mudança entre a troca de cartas perfumadas, escritas à mão, ou o rapazinho que mandava um “telegrama” para a mocinha, através do “Correio Elegante”, na quermesse.

Bem, agora fui tão longe no túnel do tempo que muitos leitores nem saberão do que estou falando. Convém parar, antes de chegar na pré-história, quando a homem batia na cabeça da escolhida e a arrastava pelos cabelos.

Bem melhor receber apenas um match. Viva a tecnologia!

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MICROCONTOS

Por falar em destino, o professor e escritor Robertson Frizero, do Clube de Criação Literária, deu-nos o desafio de escrever um miniconto em cem palavras sobre mulheres marcantes na nossa vida. Este foi um dos meus. Conheça os outros autores em @literaturaminima.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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