Nem nos seus dias de maior lucidez o dramaturgo Dias Gomes poderia imaginar que uma de suas personagens representaria tão bem o momento que estamos passando no país. Na ficção Odorico Paraguaçu, o bem-amado Prefeito da cidade fictícia de Sucupira, elegeu-se com a promessa de inaugurar um cemitério de cidade, mas embora fosse corrupto e demagogo era adorado pelos seus eleitores. O problema de Odorico é que, após a inauguração do cemitério, ninguém mais morreu. Desesperado com a situação, tomou iniciativas macabras para concretizar sua promessa e lá como na realidade paralela em que vivemos. O Prefeito dono de uma retórica vazia, gostava de citar filósofos e políticos, como Platão e Rui Barbosa, ou inventava frases que atribuía a personalidades, ou seja, em plena década de 70 já usava os prenúncios das notícias falsas (fake news) que tomaram conta do país e levaram milhares de pessoas a morte. Se na ficção faltaram mortos para a inauguração do cemitério, por aqui foi necessário ampliar o turno para tantos velórios e isso diante do grito histérico de parte da população que ainda faz questão de continuar sendo enganada. Um patriotismo às avessas.
A volta da Carestia!
A carestia nada mais é que a elevação de preço acima do valor habitual, que leva à escassez de determinado produto e ao encarecimento do custo de vida. Para quem pensa que a comparação pode ser exagerada uma referência importante: a inflação teve alta rec