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A volta da Carestia!

A volta da Carestia!
Imagem by Pixabay.

O termo carestia caiu em desuso depois que a inflação foi controlada no Brasil, porém marca um período da história do país. No início dos anos 70 surgiu o Movimento do Custo de Vida (MCV), também conhecido como Movimento Contra a Carestia (MCC), que pode ser considerado um dos maiores movimentos que emergiram no contexto das lutas populares dos anos 1970 e 1980, tendo sido capaz de mobilizar milhares de pessoas em torno de reivindicações que iam de encontro à política econômica defendida pelo regime militar. O período de hiperinflação no Brasil durou entre a década de 1980 e 1990, com seu ápice em março de 1990, quando o índice de inflação atingiu 80%. Após 7 planos econômicos, a hiperinflação chegou ao fim , após a implantação bem sucedida do Plano Real, em 1994.

 

A carestia nada mais é que a elevação de preço acima do valor habitual, que leva à escassez de determinado produto e ao encarecimento do custo de vida. Para quem pensa que a comparação pode ser exagerada uma referência importante: a inflação teve alta recorde em setembro – a maior desde o Plano Real e bateu 10,25% em 12 meses, segundo o IPCA, índice oficial da inflação.

 

O cenário não é nada animador para os próximos meses, nem para o próximo ano, pois além da possibilidade de uma crise de desabastecimento de alimentos alertada pelo Presidente Jair Bolsonaro, por conta da falta de fertilizantes, agora a ameaça vem da escassez de combustível. Essa semana a Petrobrás anunciou que, além dos preços altos dos combustíveis, poderá haver desabastecimento nos postos. A justificativa da empresa é de que a demanda dos distribuidores por diesel aumentou 20% e a de gasolina, 10%, em relação ao mesmo período de 2019.

 

Para o consumidor resta a percepção real de que é necessário a cada dia ter mais dinheiro para comprar cada vez menos produtos. Já para aqueles que têm a sorte de ter um trabalho e remuneração, resta a percepção de que os reajustes no salário não acompanham o aumento generalizado de preços.

 

Compare o quanto você gastou no supermercado há um ano e quanto gasta atualmente. Muito mais que uma súplica ideológica de ser favorável ou não a política econômica do atual Governo, é a realidade batendo forte no bolso de todos os brasileiros. Lembrando que os resultados da política econômica para o controle da inflação depende muito da credibilidade do Presidente da República, do Ministro da Economia e do Presidente do Banco Central, ou eles encaram o problema de frente,  com firmeza e verdade (chega de empurrar a culpa para os outros) ou a nova geração digital vai ter que aprender na prática o que é carestia. 

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