Desde que o criador da CNN Brasil, Douglas Tavolaro encheu de dinheiro os bolsos ao vender sua participação, a emissora, criada há três anos, vive aos sobressaltos. As demissões efetivadas ontem, 1º, atingiram mais de 120 colaboradores e vão impactar no produto, embora essa não tenha sido a missão do novo diretor, João Camargo, diretor de rádios e CEO do Grupo Esfera – que promove encontros de grandes grupos com políticos.
Três âncoras importantes, entretanto, vão continuar, Daniela Lima, Márcio Gomes e William Waack, mas seus programas terão que ser refeitos diante dos colegas que perderam. Daniela ficará, por exemplo, sem Kenzô Machida. A vassoura atingiu totalmente a equipe do Rio, a reportagem em Porto Alegre e em Florianópolis. O foco agora será Brasília.
Olha o foco
Na verdade foco é o problema da CNN. O erro original de sua criação foi buscar funcionários da Globo, bancando altos salários, que agora foram ceifados. Mais do que isso, a emissora mexeu tanto na programação que é difícil saber qual programa irá ao ar.
Outro erro foi mirar na concorrência com a GloboNews, que tem estrutura imensa, deixando o flanco aberto para a entrada da Jovem Pan, com programação voltada para o bolsonarismo.
Três emissoras a cabo disputando o mesmo mercado vai continuar sendo problema. A GloboNews tem a proteção gigantesca da emissora mãe e a Pan se segura na estrutura da rádio. Rádio, aliás, é outro problema da CNN, que não emplacou a sua e nem fez o devido link com a TV.
A tendência é que uma dessas cabos não sobreviva ao mercado. É muito provável que seja a tumultuada CNN, cujo dono é empresário mineiro do ramo da construção. A menos que a Jovem Pan perca as verba do esquema político que está deixando o poder.