Portal Making Of

Nuvem de poeira!

Nuvem de poeira!
By Pixabay

Estiagem, crise hídrica, aumento do preço da energia e agora uma nuvem de poeira que atingiu uma das áreas mais ricas e desmatadas do país, mesmo assim a relação entre o meio ambiente e a economia ainda passa longe das discussões sobre o futuro do sistema produtivo.

“Nada é tão ruim que não possa piorar” essa foi a frase dita pelo Presidente Jair Bolsonaro sobre o dólar e a inflação, mas tem validade ampliada para outros setores da economia. Em outro momento deste mesmo Governo outra frase, mas do então Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salle defendia: o deixar passar ‘a boiada’ e ‘mudar’ regras enquanto atenção da mídia estava voltada para a Covid-19:  “A oportunidade que nós temos, que a imprensa está nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação, todas as reformas…”.

As duas frases, embora ditas em momentos distintos, são o prenuncio de algo que já está acontecendo. A relação do meio ambiente com a economia ainda não está na agenda positiva dos Governos e do setor empresarial, mas deveria. A crise hídrica, que leva a escassez de chuvas e coloca em cheque a produção de energia, levando o país a bandeira vermelha e o aumento de custos, consequentemente a inflação, é uma consequência direta da “boiada do Salles” e das “reformas infralegais” defendida por ele, entendida aqui como o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia e os mecanismos usados para facilitar tais eventos, ou pelo menos dificultar a fiscalização para impedir que acontecessem.

Esse tipo de ação tem consequências diretas para o setor produtivo e para os consumidores, embora o nexo causal nem sempre seja exposto com clareza. O desmatamento e as queimadas na Amazônia são os responsáveis pela redução do volume de chuvas na região que produz cerca de 75% por Produto Interno Bruto – PIB e se, essa situação persistir a longo prazo, essa mesma região corre o risco de desertificação, de acordo com parecer de especialista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe. Mas os efeitos climáticos não terminam por aí: essa semana uma nuvem de poeira atingiu municípios do interior de São Paulo, uma das regiões mais ricas e desmatadas no Brasil e representa a materialização de algo que acontece com frequência no país: a negligência com as questões ambientais e os impactos diretos sobre o setor produtivo e as relações de consumo. A economia está cada vez mais entrelaçada com meio ambiente e se isso não permear as discussões e ações emregnciais o futuro do país e do PIB estará seriamente comprometido

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Política fracassada

Há cerca de 100 dias das eleições presidenciais a falta de uma política econômica ainda é o calcanhar de Aquiles para a reeleição de Jair Bolsonaro.

Selo Social

Selo Social: reconhecimento ao incentivo a práticas socioambientais no mundo dos negócios.

Sem rumo

Na falta de um política econômica efetiva, o Banco Central anunciou mais um aumento essa semana e a taxa Selic alcançou o maior patamar desde dezembro de 2016: 13,25% a.a. Foram 11 aumentos consecutivos.

Foco no futuro

Destaques da semana: escritório novo, investimento nos colaboradores, atendimento do SUS e startup em alta.

A culpa nunca foi do ICMS

A Petrobras anunciou hoje novos aumentos dos combustíveis, dois dias depois da aprovação do Projeto de Lei que limita o ICMS 17%.

Um país com fome

33 milhões de pessoas passam fome no país segundo levantamento do Instituto Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Planos de saúde! Sem cobertura…

Superior Tribunal de Justiça – STJ decide a favor do rol taxativo mitigado (lista máxima de procedimentos) desobrigando as operadoras de saúde a cobrir os tratamentos que estão fora da lista da Agência  Nacional de Saúde Suplementar – ANS.

Segurem os preços!

Segurem os preços! Com a inflação acumulada de 11,73% nos dos 12 últimos de acordo com o IPCA, o Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro

Consumidor à deriva

Muitas empresas precisam de um choque de gestão e reestruturação de processos para dar conta dos problemas antes que eles aconteçam, no entanto, preferem terceirizar os ouvidos e dificultar a vida dos clientes.